segunda-feira, 2 de novembro de 2009

DIAS SEM O "PRESBITÉRIO"


Me lembro de quando aos trancos e barrancos cheguei a função-unção de presbítero, e na instituição da qual fiz parte chegar a função-unção de prestibítero ou pastor ainda muito jovem era algo comum (ou ainda é), bom comigo não foi diferente, lá estava eu [...] minino novo com voz grave e impostada, um bom imitador dos jargão "apostólicos" com boa dicção, responsável por quase todas as aberturas dos cultos [meu predileto era o culto de domingo, tinha mais gente] com alguns GCD's e vários R12 no meu currículo ministerial, sem contar que também fui uma "maquina-humana" de arrecadar dinheiro em semáfaros fazendo o chamado "pedágio".

Dentre a turma que eu fazia parte não era o melhor mas também não fui o pior. Bom e com esse titulo de prebistero ganhei "respeito" ante aqueles que ainda galgavam chegar ao presbitério (aspirantes e diáconos), e o respeito que eu ganhara sobre os outros era uma especie de "bonus" ou "brinde" que vinha junto com a unção-função, visto que eu não era respeitado por causa da minha pessoa, ou qualidades como ser-humano, não! Era repeitado por que os que me respeitavam eram obrigados a respeitar, do contrário jamais seriam um presbítero também, do contrário eram rebeldes e endemoninhados e "fora da visão" diante desses intens e outros mais, eu era obrigatoriamente respeitado.

Porém agora não faço mais parte desse clero, não faço mais parte da turma "apostólica", não sou mais presbítero. Mas nos últimos dias, ou nesses DIAS SEM O PRESBITÉRIO, eu fico chocado [como diria o autor da novela caras e bocas "choquei"].

Agora quando reencontro algumas pessoas que outrora eram forçadas a me respeitar por conta da função-unção, e digo que sobre mim a unica coisa que restou foi esse pouco de mim mesmo, simplesmente sou desrespeitado, desconsiderado, recebo torpedos de chacotas verbais ou coisas do tipo (em mim isso nada fere, só me ensina), como se fosse uma especie de "vingança" ou agora que ele não tem mais a "unção não devemos mais nada a ele". E concordo, não devem mesmo! A unica coisa que somos devedores uns dos outros é o amor que gera em nós respeito humano.

Mas o incrível é como as pessoas desprezam o que a de melhor no outro por causa de uma pseudo-unção, por causa de um titulo ministerial. É triste saber que o respeito que os lideres recebem é por medo, interesse, e pior, como é nojento saber que o que recebe o "respeito" não é em nada respeitado, mas mesmo assim continuam com o teatro eclesiástico.

Ahhhhhh mas como é bom ser amado pelo o que sou, como é bom ser o que se é, como é bom ser respeitado como ser-humano e nada além, como é bom ser considerado com minhas limitações, como é bom poder errar sem medo, como é bom... uhhh como é bom ser assim, do jeito que sou.

Que saibam o amor gera respeito humano, o amor não é interesseiro, o amor não força a ninguém, o amor liberta a quem ele se expõe.

Rogério Alexandrino (vivendo dias maravilhosos sem o "presbitério")

3 comentários:

  1. Que bom quando nos encontramos de verdade, leio o seu texto e tb me vejo lá...

    Quanto ao te amar do jeito que voce é...uhuhhuu...ai é complicado...risos...mas te amo mesmo assim...

    Se Cristo nos libertou, verdadeiramente seremos livres...

    Abraços

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  2. Rogerio,

    bom dia mano.

    Reflexão tipo "bateu na cabeça do prego" Certeira. Parabens.

    Nada é mais forte que o amor. Ame e se deixe amar. É isso. Só isso. Mais nada.

    Quem sabe ainda tomaremos um café em amor...rsrsrs...

    Graça, paz & bem.

    Bj.

    Carlos Bregantim

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  3. Eu nem sei quem é voce, mas amei o seu texto "Dias sem o Presbitério", é incrivel como as pessoas não se amam e não se valorizam, no dia que a auto estima estiver no alto, saberão que o respeito vem com o conhecimento e sabermos que Deus nos criou por amor e devemos amar, sem título algum e sim porque somos filhos de um único Pai e irmão de um Ùnico Senhor...Parabéns pelo texto...Seja Feliz...Laíz.

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