quarta-feira, 5 de maio de 2010
Há consolo no luto? (Por Ricardo Gondim)
Há consolo no luto?
Ricardo Gondim
Ao abraçá-la, senti seu corpo magro. Notei que seus olhos baços me contemplavam sem entusiasmo. Na primeira palavra, percebi a voz quebrada de uma mulher sofrida. Eu imaginava, mas não alcançava a angústia que minha amiga atravessava. Ela experimentava a hora mais dolorida e mais terrível da existência: a hora do luto.
A morte é sorrateira, insidiosa, traiçoeira. Alguns, desenganados, recebem o bilhete fatal e dispõem de tempo para arrumar a casa antes da partida. Mas para minha amiga a guilhotina desceu sem aviso. A morte não respeitou sequer possíveis imaturidades de sua alma; serpenteou, deu o bote, feriu e carregou quem escolheu. O que dizer, diante de uma mãe que chora, de uma esposa que perdeu o chão e que não sabe mais se terá forças para achar um norte?
As respostas aparentemente confortadoras se esvaziam. “Deus tem um plano”; “Ele leva para si os bons”; “Chegou a hora”. Tais frases, funcionam como aspirina que alivia sem curar o problema. Em um esforço medonho de não parecer professoral, procurei oferecer-lhe outro modelo de como perceber os atos misteriosos de Deus. Mas logo notei que meu esforço era inútil. Minha amiga esperneava dentro da cerca teológica que fora educada. “Deus governa e como um dramaturgo celestial, conduz o desenrolar de nossas vidas. Deus não permite que nada aconteça sem que esteja previsto em seu roteiro”.
Silenciei, abraçado. Depois, voltei ao hotel e chorei. Por horas não consegui apagar o sofrimento daquela mãe. Além de ter que aprender a repetir a litania fúnebre do “nunca mais”, ela terá de brigar com o seu Deus. Que tristeza! Deitado, insone, escutei sua indignação lacerante: “Por que Deus é tão obscuro em seus planos? Por que, tão indiferente? Vou ter que esperar quanto tempo até entender seus motivos para levar (“levar” não passa de um pobre eufemismo para “matar”) um pai precioso, um amigo querido, um filho especial?”. Debulhei-me em lágrimas.
A morte baterá em outras portas e continuará a subtrair vidas. Não distinguirá justos de injustos. Traficantes viverão mais que mulheres bondosas. Pais enterrarão seus filhos, quando o certo deveria ser o contrário. Acidentes eliminarão de uma só tacada, jovens e idosos. Os amigos de Jó erraram nas conjecturas sobre o sofrimento universal. O justo Jó via-se arrasado por todo tipo de infortúnio, mas eles continuavam sem a menor idéia dos porquês. Não, não me arvoro a decifrar o enigma dos enigmas.
Contudo, prefiro a revelação bíblica de um Deus que não é um títere a puxar cordões de marionetes. Chamo-o de Emanuel: O Deus presente em nós. Jesus encarnou e viveu a sua humanidade até as últimas consequências. Semelhantes a ele, no espaço de nossa liberdade, também estamos cercados de perigos, e sempre à beira do derradeiro suspiro. Deus não arbitra quem morre e quem vive segundo critérios inacessíveis, mas se compromete a revelar seu amor quando o soluço da perda for asfixiante. Deus se mostra em cada abraço, em cada palavra de solidariedade e em cada gesto de lealdade. “A nossa dor dói em Deus”, disse Isaías. Sim, Deus é cheio de compaixão - Segundo as duas raízes de "com-paixão", Deus “sofre junto”.
Nada sei e nada posso especular sobre a morte, mas minha intuição avisa que reconhecer a companhia fiel de Deus traz mais conforto do que ficar questionando o porquê.
Google introduz mudanças em seu buscador
Novo visual do buscador do Google, com um painel de navegação à esquerda
Melhorias tornam a ferramenta mais inteligente, mudando de forma conforme a busca
San Francisco, EUA - O Google anunciou hoje algumas mudanças no aspecto de seu buscador, que deve incluir um novo menu lateral e retoques no desenho de seu logotipo.
A modificação mais visível é um menu de navegação que aparecerá à esquerda da maioria das páginas de resultados de busca e cujo conteúdo dependerá do termo que o usuário estiver buscando.
Quando o usuário procurar, por exemplo, o nome da série de televisão Lost, aparecerá um menu com diferentes categorias como imagens, vídeos e livros que ao ser clicado mostrará conteúdos relacionados a série.
Mas se buscamos uma palavra relacionada com uma notícia da atualidade, o menu oferecerá links para blogs, meios de comunicação online e mensagens no Twitter sobre o tema.
No final do menu haverá outra categoria chamada "Algo diferente" que levará a links relacionados com o termo. Se, por exemplo, buscamos informações turísticas sobre uma ilha caribenha, esta categoria nos levará para outros destinos turísticos na região.
A maioria das mudanças estarão disponíveis para os usuários a partir de hoje, assinalou o Google.
A empresa também retocou ligeiramente seu mundialmente conhecido logotipo, que a partir de hoje terá cores um pouco mais brilhantes e contornos mais definidos.
Confira aqui o vídeo do blog oficial do Google explicando as mudanças do buscador
sábado, 1 de maio de 2010
Por que Jesus mandou pregar? (Por Caio)
Por que Jesus mandou pregar o Evangelho?
Primeiro devo começar com o que não é objetivo do anuncio do Evangelho, mas que entre a multidão dos discípulos equivocados, é aclamado como sendo parte do objetivo do Evangelho.
Não é objetivo de Jesus que o Evangelho seja anunciado a fim de fazer as pessoas mudarem de religião.
Nem tampouco para que as pessoas passem a freqüentar um templo, nem para cantarem hinos para Jesus entre chineses ou hindus, esquimós ou índios nus, como dizia o “corinho” da Escola Dominical.
Nem ainda é objetivo de Jesus que o Evangelho seja anunciado para que o Cristianismo se expanda na Terra. Deus não é cristão, contrariamente ao que alguns dizem: “O Deus cristão é...” assim ou assado...
Nem ainda é objetivo de Jesus que o Evangelho seja anunciado para despovoar o inferno e povoar o céu, como se tudo dependesse da iniciativa do “cristianismo” para a salvação humana.
Nem ainda é objetivo de Jesus que o Evangelho seja anunciado para que os crentes sejam “glorificados” na Terra.
Nem ainda é objetivo de Jesus que o Evangelho seja anunciado para batizar pessoas usando muita ou pouca água.
Nem ainda é objetivo de Jesus que o Evangelho seja anunciado para que se discuta com os novos convertidos o resto da vida acerca de quem joio e quem é trigo.
Nem ainda é objetivo de Jesus que o Evangelho seja anunciado para criarmos impérios de comunicação cristãos.
Nem ainda é objetivo de Jesus que o Evangelho seja anunciado para qualquer coisa que não seja a encarnação do bem do Evangelho no coração das pessoas.
O Evangelho é a noticia de Deus aos homens, a saber: que Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo todo.
Jesus não ergueu nada fora do coração humano, correndo todos os riscos de tal “confiança” na natureza humana, pois, de fato, fora do coração não cabe nada que seja essencialmente reino de Deus.
Qualquer bem do Evangelho será sempre vida. E vida como o ensino e conforme a prática de Jesus, no espírito de tudo o que Ele viveu e, assim, ensinou.
O Evangelho, portanto, antes de tudo é Reconciliação.
Sim! É Reconciliação do homem com Deus, consigo mesmo e com o próximo, mesmo que o próximo seja inimigo, pois, assim como Deus se reconciliou conosco sendo nós inimigos de Deus no entendimento e nas praticas de obras perversas e alienadas, ainda assim Ele nos amou e nos ama, e, unilateralmente se reconciliou conosco.
É Reconciliação com Deus porque Deus a fez e feita está. Assim, não há o que discutir, mas apenas dizer “quero” ou “não quero”.
É Reconciliação do homem consigo mesmo porque Deus o perdoou. Portanto, perdoado está todo homem que creia que está perdoado; e assim viva como quem crê que está perdoado, perdoando outros, como Deus em Cristo o perdoou.
É Reconciliação do homem com seu próximo, pois, quem foi perdoado de tudo, perdoa tudo e segue em amor.
Portanto, é apenas Reconciliação que o Evangelho carrega como objetivo.
Por causa disso, o Evangelho é também Reconciliação do homem com o todo da criação de Deus, pois, se o que existe é de Deus, e nós dizemos que Dele somos, o natural é amar a tudo o que Ele criou, e proteger cada coisa para ter sua própria existência.
Se a pregação gera isto como vida, então é o Evangelho que se está pregando. Mas se não gera, ou é porque quem ouve não quer ou não entende; ou, então, é porque não é o Evangelho que está sendo pregado.
O Evangelho ensina tudo, menos uma religião. Aliás, desde que João disse que na Nova Jerusalém não há santuário que ficamos sabendo que o Evangelho é ateu de religião.
É simples assim.
O Evangelho é o bem das ovelhas de Jesus em todos os outros apriscos.
Ora, o Evangelho pode ser o bem de Jesus até para cristãos, quanto mais para todos os homens.
É ou não é?
Caio
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