segunda-feira, 4 de julho de 2011

Carta aos Pais

Assim como aquela conversa numa padaria (post: “Seja membro de uma padaria”), ontem também tive uma conversa avalanche. Por traquinagem do acaso, de repente começou. De homem para homem. Indefensável. Mas o que queria dividir são minhas conclusões sobre os pais.

que diferencia filhos de pais, é apenas o número de experiênciaselementares –acontecimentos que exigiram decisões e que, posteriormente passaram por uma “peneira” de aprendizado-. Essa bagagem deexperiências elementares permite que eles construam critérios de avaliação melhores embasados que os nossos. Possuam um juízo de valor muito mais denso que o nosso. Matemática.

Mas... Em se tratando de primogênitos (ichiban para nós nipônicos), os pais de primeira viajem encontram-se em terras desconhecidas. E como conseguinte não têm ainda bagagens suficientes para “acertarem na mosca sempre”. Ou seja, remoçam à infância! Genial! Tornam-se criança simultaneamente com seus filhos! Começam do zero! Voltam a usar rodinhas! Sim! Pais são adultos de rodinhas!
E o mais interessante, é que não importa quantos filhos se tenha. A diferença existente entre ter um, dois, três, filhos faz com que sempre se volte a estaca zero! Nossa! Ser pai é ser eternamente criança! É trilhar pelo desconhecido a cada “novo primogênito!

O que quero dizer com toda essa maluquice, é que nossos pais também estão aprendendo a educar. É como explica o mestre Rubem Alves “educar é natural do corpo, não vem em livros de pedagogia”. Nossos pais estão suscetíveis ao erro como nós. Eles já foram filhos, mas nunca foram pais –contextualize à você “nunca foram pais de um, dois, três...-.

Todavia, existe uma diferença. Os filhos são dependentes –por mais que você jovem petulante negue-. Os pais não, por isso apenas amam. O que faz toda a diferença pois existe gratuidade. E é esse amor que os machuca quando erram. E nós não imaginamos esse peso.

Pais, errar amando não é errar, é se doar. Quem se engana amando não se equivoca, dá exemplo. Por isso me orgulho de vocês.

Pois me dão a impagável tranquilidade de quem se sente cuidado. Amado. Eu amo minha mãe. Eu amo meu pai. Mais ainda porque assim mesmo me amariam ainda que eu não os amassem.

As lágrimas me atrapalham digitar neste momento, e meu coração está disparado. Eu sou o fruto não do que vocês acertaram ou erraram, mas do que sonharam que eu fosse. Pois o amor transcende o palpável e trabalha com a fé.
Quando for a minha vez de voltar a infância, assim também amarei. Porque não me contentei com as flores de um mundo efêmero, mas as reguei com a água viva que me alimentaram no meu lar. E com o amor que recebi, aumentei os dias de vida dessas flores.

Amém

Texto e fonte: Minorulandia 

Nenhum comentário:

Postar um comentário